segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A escola Pitagórica


Quando Pitágoras voltou ao mundo grego, após todas as suas peregrinações, estabeleceu-se em Crotona, na costa sudeste do que agora é a Itália, que na época era chamada de Magna Grécia. Lá Pitágoras fundou uma sociedade secreta, uma escola, na qual se aprendia que o principio de todas as coisas era o número.
Pitágoras e os pitagóricos acreditavam que Deus, quando criou o mundo, havia seguido padrões numéricos: a harmonia do Universo, o movimento dos planetas, a vida animal e a vegetal, o som, a luz, enfim, todas as coisas podiam ser explicadas por meio de números. O lema de Pitágoras era “Tudo é número”. A escola Pitagórica era politicamente conservadora e tinha um código de conduta rígido. Era imposto a seus membros o vegetarianismo, onde se proibia o consumo de carne de animais, pois acreditava-se na época que as almas dos mortos poderiam encarnar nesses corpos, caso não houvesse corpos humanos suficientes. Entre outros tabus, havia também a proibição de comer feijões, pois Pitágoras dizia serem a casa ou abrigo de alguns de seus amigos mortos. A escola Pitagórica era um centro de estudo de filosofia, matemática e ciências naturais, e também uma irmandade unida por ritos secretos e cerimoniais.
Os pitagóricos visavam o estudo dos elementos imutáveis da natureza e da sociedade. Estudavam as propriedades dos números e da aritmética, junto com a geometria, a música e a astronomia (grupo chamado de quadrivium), e também a gramática, lógica e retórica (grupo chamado trivium). Essas sete artes liberais eram consideradas essenciais como bagagem cultural de uma pessoa educada. A escola Pitagórica teve grande influencia por suas diversas doutrinas, como a filosófica, a ética e austera e por tendências políticas.
Todos os ensinamentos da doutrina pitagórica deviam ser mantidas em segredo total, caso contrário “o traidor” seria expulso da seita. Algumas histórias contam que uns dos castigos impostos aos que revelassem sua doutrina eram amarrá-los em barcos, deixando-os à deriva em alto mar, e também a construção de lápides para os traidores, simbolizando sua morte.
Dentre os principais nomes da Escola Pitagórica destacou-se Filolaus de Tarento (nasceu em 470 a. C. e morreu em 390 a. C.), Arquitas de Tarento (nasceu em 428 a. C. aproximadamente) e Hipasus de Metapontum (viveu por volta de 400 a. C.). O pitagorismo influenciou fortemente as obras de Demócrito de Abdera e Platão. Alguns séculos mais tarde houve uma revivência da Escola Pitagórica, e seus protagonistas passaram a ser chamados de neo-pitagóricos. Dentre esses destacamos Nicômaco de Gerasa, que viveu em torno do ano 100.

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